Essas ferramentas podem vir a ser úteis quando você estiver em campo, prestando atendimento à crises. Antes de enfrentar uma situação de crise, você pode dar uma olhada nesses artigos e pensar em quais deles poderiam ser mais relevantes para o momento.
Foi concedida a permissão para uso e cópia desses materiais sem fins lucrativos, sem edições nos artigos e para uso dentro dos limites de sua competência.
Tradução em Português por Diogo Tenório Militão e Lailah Bossan Quaresma.
Os gatilhos pós-traumáticos, também chamados de lembretes traumáticos, são experiências associadas a algum aspecto do trauma. Frequentemente, são experiências sensoriais, como cheiro, som, visão ou sensação no corpo. O gatilho é tão semelhante a algo que aconteceu durante o trauma que a pessoa tem uma resposta forte e involuntária que inclui reações de ansiedade física/emocional e memórias repentinas e intrusivas.
Explicando os gatilhos pós-trauma:
Aprender mais sobre como o corpo e a mente respondem ao trauma é animador para aqueles que se deparam com coisas assustadoras que não entendem. Os cuidadores que conhecem reações comuns e típicas do pós-trauma podem tranquilizar e trazer uma sensação de calma e reorientação à pessoa.
Uma maneira de explicar os gatilhos seria: “Durante acontecimentos marcantes, o cérebro registra imagens, sons, cheiros e qualquer outra sensação que ocorre no incidente. Muitas vezes, tal como um sistema de alerta precoce, se tivermos uma experiência sensorial semelhante mais tarde, o nosso cérebro tenta ajudar-nos a estar preparados para outra crise. Nem sempre sabemos quais serão esses gatilhos, mas ele pode ajudar-nos a antecipar o que possa a vir a desencadear-se em nós futuramente.”
Exemplos de gatilhos pós-trauma:
- Visual: Assistir a um filme com cenas violentas, se alguém sofreu um crime violento.
- Som: Ouvir o som de fogos de artifício e interpretá-lo erroneamente como tiros.
- Cheiro: O cheiro de fumaça lembra um incêndio traumático
- Sabor: Comer a mesma refeição de quando soube da notícia traumática
- Físico: Estar perto de um grupo maior traz de volta memórias de estar em uma multidão
- Datas ou estações significativas: Aniversário de falecimento; Feriados que não são mais compartilhados
- Eventos estressantes: O aumento das tensões políticas desencadeia memórias de um golpe anterior
- Emoções Fortes: Uma mãe sente ansiedade quando seu filho chega atrasado da escola; desencadeando uma lembrança da doença grave anterior de seu filho, quando ela tinha o mesmo tipo de ansiedade.
- Pensamentos: Uma avaliação de desempenho ruim desencadeia o pensamento “Eu sou um fracasso”, o mesmo pensamento que ocorre após ser incapaz de salvar alguém do afogamento.
- Comportamentos: Entrar no carro lembra um acidente de carro.
- Repentino e Inesperado: Quando alguém está cansado ou estressado, um pensamento ou memória intrusiva pode surgir repentinamente sem motivo aparente.
Resposta aos gatilhos:
Embora seja útil saber que os gatilhos pós-trauma podem surgir e poder antecipar quais sejam os mais prováveis, também é necessário ter algumas estratégias sobre como lidar com eles quando ocorrerem. Apesar de não poderem ser evitados, eles podem ser gerenciados com as seguintes etapas:
- Diga a si mesmo que o que está acontecendo é diferente do evento traumático (por exemplo, aquilo foi um foguete, não um tiro).
- Diga a si mesmo que você está seguro agora e que seu corpo está reagindo ao que aconteceu antes.
- Respire fundo várias vezes.
- Fixe-se no presente (observe e diga a si mesmo o que você vê ao seu redor).
- Converse com alguém em quem você confia sobre o que aconteceu.
Essas ferramentas foram desenvolvidas como parte de um treinamento de 5 dias chamado Crisis Debriefing Training, ministrado pela Barnabas International (www.barnabas.org). Elas são mais utilizadas por aqueles que receberam esta formação, mas podem ser úteis para cuidadores leigos que se deparam com situações de crises. Essas ferramentas podem vir a ser úteis quando você estiver em campo, prestando atendimento à crises.
Antes de enfrentar uma situação de crise, você pode dar uma olhada nesses artigos e pensar em quais deles poderiam ser mais relevantes para o momento. Foi concedida a permissão para uso e cópia desses materiais sem fins lucrativos, sem edições nos artigos e para uso dentro dos limites de sua competência.
Segue abaixo a lista das Ferramentas:
- Avaliação de crises – modelo BÁSICO
- Perguntas frequentes sobre o debriefing de crises
- Visão geral das sete etapas do debriefing crises
- Reações comuns ao trauma – ADULTOS
- Reações comuns ao trauma – ADOLESCENTES
- Reações comuns ao trauma – CRIANÇAS
- Gatilhos pós-trauma
- Técnicas de Ancoragem
- Respiração profunda
- Relaxamento muscular progressivo
- Controle de raiva
- Maneiras de lidar com um trauma
- Ajudando crianças em meio a crises
- Inventário de estresse de obreiros transculturais
- Compreendendo o luto
- Diretrizes para o encaminhamento
- Documentação de respostas à crises – Ações e Recomendações
Tradução em Português:
Diogo Tenório Militão, casado com Débora. Missionário SEPAL. Psicólogo graduado pela UNIFOR, possui pós-graduação em Aconselhamento Pastoral pela FTSA e é Mestre em Cuidado Transcultural pela All Nations, na Inglaterra. Com 20 anos de experiência em missões transculturais, atualmente trabalha diretamente com o cuidado de missionários, especialmente com ênfase em cuidado clínico.
Lailah Bossan Quaresma, casada com o piloto Rodrigo e mãe de três meninos(um jovem e dois adolescentes). Há 21 anos, trabalha com aviação missionária na Amazônia Brasileira, como parte da Missão do Céu. É Conselheira Bíblica licenciada pela ABCB e pós-graduada em Tradução de Inglês, atuando no cuidado de famílias missionárias.