‘Vai uma fruta aí, madame??’

A feira de rua é uma dessas experiências que a gente distingue como parte da identidade cultural de um povo. Aqui no Brasil, as feiras dominam, pra todos os gostos, todo tipo de produto; garantia de diversidade e diversão.

As chamadas ‘feirinhas’ tem um apelo bem mais popular. Pequenos comerciantes nos ramos de doces, salgados, roupas, acessórios e que tais, têm nesses espaços a oportunidade de entrada num mercado extremamente competitivo, porém com custos fixos bem mais reduzidos, e um acesso simpático e eficiente ao consumidor final.

Foi assim que nasceu o Di Tardinha. Uma proposta de ocupação do espaço público que se justifica em seus eixos de conexão com a cidade.

Uma charmosa lojinha de cupcakes no centro da cidade de Macaé, Rio de Janeiro. A arquitetura remonta aos anos 50; não há como não se transportar em memória afetiva à casa da avó; ou àquele lugar de aconchego, de se sentir mesmo ‘em casa’. Foi lá onde tudo começou.

No coração da cidade, a partir da Casa de Cupcake, convidamos uma turma boa de comerciantes parceiros para uma aventura sócio colaborativa.

Di Tardinha acontece toda segunda terça-feira do mês, bem no centro da cidade.

O caos urbano, os muitos subsistemas muitas vezes desconexos entre si, nos levaram a pensar numa plataforma simples, porém eficiente, que oferecesse a possibilidade de experimentar a diversidade e a efervescência da cidade, trazendo experiências, conteúdos, produtos, relacionamentos e cujo eixo mais significativo fosse o serviço ao outro. São cerca de 30 expositores de doces, salgados, confecções, cosméticos e outros. Cada expositor contribui com um percentual de suas vendas para um fundo social, o qual utilizamos para ações de visibilização, viabilização e valorização de iniciativas sociais na cidade.

Há sempre alguma música rolando (artistas locais ou mesmo projetos de cunho social que envolvam música). O Papo Di Tardinha é um tempo para compartilhamento de conteúdos: em mais de 18 edições da feirinha, já conversamos sobre economia criativa, racismo, prevenção ao abuso sexual de crianças, maternidade, diálogo inter-religioso, entre outros.

As igrejas da cidade também são muito bem-vindas no Di Tardinha. Uma oportunidade fantástica de comunhão fraterna e serviço em unidade.

Como a gente costuma dizer, o Di Tardinha é uma feirinha despretensiosa mas cheia de pretensões. Nasceu no coração da cidade e foi ganhando o coração de toda a gente.


Textos: Daniel Souza
Edição: Isabel Amorim
Diagramação: Paulo Ribeiro