1. O cristianismo árabe antes do surgimento do islã

O texto a seguir está baseado principalmente em artigos escritos por pesquisadores cristãos árabes. Portanto, apresenta uma perspectiva que raramente é levada em consideração pelos cristãos ocidentais.
No século VII, os muçulmanos árabes deixaram a Península Arábica e deram início à conquista do Oriente Médio e do norte da África. Contudo, a maioria dos evangélicos brasileiros pressupõe que o cristianismo teve pouco, ou quase nenhum contato com as tribos árabes antes do surgimento do islã e, de acordo com essa linha de pensamento, essa é uma das razões pelas quais os árabes tão prontamente aceitaram o islã. Uma segunda pressuposição comum é a de que antes do surgimento do islã, os árabes estavam limitados apenas à Península Arábica. Contudo, ambas as pressuposições são incorretas. “Os três séculos que se passaram antes do surgimento do islã no século VII”, diz Shahid, “foram o período de ouro do cristianismo árabe” (Shahid, 2005, p. 435) e, como veremos mais adiante, os cristãos árabes habitavam tanto a Península Arábica quanto a Síria e a Mesopotâmia.
Para entender plenamente a influência dos cristãos árabes no Oriente Médio antes da chegada do islã, é importante mencionar que as tribos árabes viviam em ambos os lados das fronteiras de dois grandes impérios da época: o Império Romano cristão (bizantino) e o Império Persa zoroastrista (sassânida).
Já no ano 200 d.C. existem relatos da conversão do líder árabe Abgar, rei de Edessa, na província romana da Síria. Isso lhe deu a honra de ser o primeiro governante da história a se converter ao cristianismo, o que, por sua vez, deu a Edessa o título de primeiro estado cristão da história (Shahid, p. 435). Por fim, Edessa tornou-se conhecida, por séculos, como um dos maiores centros do cristianismo siríaco, rivalizando em importância com Antioquia.
Grupos árabes que começaram a se mover da Península Arábica para o território bizantino se estabeleceram na Síria e fizeram tratados com Bizâncio. Por fim, tornaram-se cristãos, mas mantiveram sua identidade árabe. Entre os aliados árabes de Bizâncio, três grupos se destacaram antes do surgimento do islã:
Os tanuquidas, que tinham sua base na parte norte da Síria. No século IV, eles possuíam uma rainha árabe cristã chamada Mavia, que era de convicção calcedonense. Ela exigiu que houvesse um bispo árabe para seu povo. Seu desejo foi concedido, e um eremita chamado Moisés tornou-se bispo. O bispo Moisés é reconhecido como um santo da Igreja Universal (Shahid, p. 437).
Os saliidas sucederam os tanuquidas na posição de principal grupo árabe no norte da Síria e também eram de tradição calcedonense. Seu rei mais importante, Dawuud, “tornou-se monge e construiu um mosteiro famoso que sobreviveu durante o período islâmico” (Ibid.).
Os gassânidas, no século VI, tornaram-se o grupo árabe cristão mais importante, ofuscando todos os outros. Jabiya era sua capital e, diferentemente dos outros dois grupos mencionados, eram monofisitas. Jacó Baradeu era o bispo dos gassânidas, tendo a Igreja Monofisita da Síria o nome de “jacobita” em função dele (Ibid.). Todavia, no século VI eles apoiaram o Império Bizantino Calcedonense contra os persas. Devido ao seu apoio, em 529 d.C o imperador Justiniano concedeu o título de patricius a seu rei, al-Harith ibn Jabalah, que reinou de 529 a 569 d.C.1
Além da Síria, o cristianismo também alcançou os árabes da Península Arábica antes do surgimento do islã. Os Nestorianos da Mesopotâmia tiveram um papel importante na disseminação do Evangelho nas partes orientais da Arábia.
Do outro lado da península, a Arábia Ocidental tinha importantes centros urbanos: Medina (Yathrib), Meca e Najran, sendo que todas elas faziam parte da rota das especiarias. Árabes e judeus já habitavam Medina quando a tribo árabe Azd chegou à cidade e “é praticamente certo que as tribos árabes Azd de al-Aws e Al-Khazraj devessem aos gassânidas qualquer tipo de cristianismo que tenha chegado até eles” (Shahid, p. 445).
Meca, que era um importante centro de peregrinação para as tribos árabes politeístas da região ao redor, também tinha presença de cristãos, embora possivelmente não em grande número. Alguns dos aspectos que atestam a presença deles na cidade são, por exemplo, a existência, naquele tempo, de um cemitério cristão, do Santuário de Maria e até mesmo imagens de Jesus e Maria dentro da Caaba, sem mencionar o fato de que na rota de peregrinação pré-islâmica havia a estação do cristão (Shahid, p. 445). Ainda que esses sejam elementos importantes quando se tenta descobrir a presença de cristãos em Meca antes do advento do islã, pelo menos uma pessoa importante deve ser mencionada: Waraqa ibn Nawfal, primo de Khedija, a primeira esposa de Maomé. Diz-se que ele foi um cristão que até mesmo incentivou Maomé a continuar buscando as revelações que ele estava recebendo, pois, na opinião dele, elas vinham de Deus.
Najran, na parte sudoeste da Península Arábica (bem próximo do que hoje é a fronteira com o Iêmen) era o mais importante centro de cristianismo na Arábia antes do surgimento do islã. Diferentemente de Medina, que tinha uma mistura de árabes e judeus, Najran era uma cidade puramente árabe. Foi no século V que uma versão monofisita de cristianismo se destacou na região, até mesmo recebendo seu próprio bispo por volta do ano 500. Perto do ano 520, os cristãos de Najran foram perseguidos2 e cerca de 300 deles foram mortos. O Império Bizantino e a Etiópia retaliaram a matança, o que deu força à consolidação do cristianismo na região sul da Arábia. Os que morreram foram considerados mártires e foram canonizados pela Igreja.
Um evento importante, relacionado aos cristãos de Najran, é mencionado no Hadith de Bukhari:
O Hadith descreve a interação entre Maomé e a delegação cristã que foi a Najran. Um número muito maior de detalhes sobre esse encontro é fornecido na biografia anterior, a Sirat Rasūl Allah, que foi compilada por Ibn Ishaq e editada por Ibn Hisham. A partir desse texto aprendemos que sessenta cavaleiros vieram, que a conversa durou vários dias e que aconteceram sérias discussões teológicas. Cada lado procurou apresentar seu próprio ponto de vista e ouvir as réplicas do outro (Power, 2013, p. 129).
Finalmente, na Arábia do Sul (Iêmen) havia os himiaritas, que receberam seu cristianismo de cristãos vindos da Etiópia, do Império Bizantino e da Mesopotâmia (Shahid, p. 447). Em 570, um exército dessa região marchou numa tentativa fracassada contra Meca, o que foi “uma expressão de rivalidade entre os dois centros religiosos na Arábia Ocidental — Meca com sua Caaba pré-islâmica e uma religião sincretista, e as cidades cristãs no sul da Arábia, em Najran e em San’a” (Shahid, p. 447).
Um último exemplo deve ser mencionado em relação ao cristianismo árabe antes do advento do islã: a tribo cristã árabe dos lacmidas, da antiga cidade mesopotâmica de al-Hirah3, hoje no sul do Iraque. Os lacmidas eram conhecidos por sua poesia, assim como por sua intensa atividade intelectual em outras áreas. O pico de sua influência aconteceu no século VI. Acredita-se que a escrita árabe se desenvolveu em al-Hirah. “Como sede de um bispado de cristãos nestorianos, al-Hirah exerceu forte influência sobre a vida religiosa do oriente, ajudando o monoteísmo cristão a penetrar na Península Arábica”4. Um de seus reis, Numan III (morto em 602), era um cristão nestoriano. Eles apoiaram o Império Persa contra Bizâncio.
Dessa forma, a partir desses poucos exemplos, pode ser claramente visto que o cristianismo já havia alcançado muitas tribos e cidades árabes antes do surgimento do islã, principalmente entre os séculos IV e VI, e que eles não estavam confinados aos limites da Península Arábica.

2. A convivência entre muçulmanos e cristãos

O que normalmente se acredita no ocidente em relação à conquista árabe-muçulmana da Síria, Mesopotâmia e norte da África é que os árabes vieram com sua espada e ameaçaram matar todo cristão que encontrassem pelo caminho se ele não se convertesse ao islã. Contudo, esse não é exatamente o retrato que surge quando se analisa mais atentamente o que a história diz sobre esse acontecimento.
À época do surgimento do islã os impérios bizantino e persa já haviam enfrentado séculos de guerras constantes entre si, levando-os ao ponto da exaustão econômica e militar. Outro fator importante foram os cismas sofridos pela Igreja, culminando em três ramos diferentes do cristianismo ortodoxo.
Como resultado dessa divisão, o Império Bizantino, que era pró-calcedonense, perseguiu ferozmente os cristãos de outras convicções que habitavam a Síria e o Egito por conta de diferenças doutrinárias, mas até mesmo os cristãos calcedonenses da região sofreram por causa dos altos impostos colocados sobre calcedonense e não-calcedonenses.
Durante os séculos anteriores à chegada do islã, a Síria — que estava debaixo do controle do Império Bizantino — recebeu um afluxo de várias tribos árabes, e o árabe clássico começou lentamente a surgir como um idioma comum entre os árabes da região (Hazim, 2005, p. 473). Consequentemente, quando o exército árabe, motivado pelos ensinamentos de Maomé, chegou à região, a população local já estava, havia vários anos, interagindo com os árabes e seu idioma.
Assim, temos aqui a “tempestade perfeita”, uma combinação explosiva de fatores sociais, econômicos e religiosos que criaram as condições para uma mudança significativa.
Depois de vencer seus novos súditos na (ex) província romana da Síria, inicialmente os muçulmanos árabes, em boa parte dos casos, trataram seus novos súditos com temperança, oferecendo alianças de proteção razoáveis à população amplamente cristã da Síria e, contanto que os cristãos pagassem impostos pessoais (al-jizya), poderiam manter suas propriedades, sua religião e seus templos (Hazim, p. 475). Ao perceber que os muçulmanos árabes respeitavam suas alianças, os cristãos tornaram-se oponentes do Império Bizantino.
Os siríacos deram boas-vindas à chegada dos muçulmanos árabes e os receberam como libertadores do país, dando ao califa ‘Umar Ibn al-Khattab o nome de Forugq, um epíteto siríaco que significa resgatador e salvador, porque ele os salvou do governo dos persas e dos gregos bizantinos. (Saka, 2005, p. 242)
Os governantes árabes permitiram aos cristãos manter posições importantes dentro da administração (Hazim, p. 482), e a Síria “manteve seu caráter cristão até o final da era omíada” (Hazim, p. 486), que terminou por volta do ano 750 d.C.
Essa nova realidade, longe de enfraquecer a igreja, deu início a uma era de paz e fortalecimento da Igreja Siríaca, levando-a a uma melhor organização e à renovação intelectual. Para Saka, isso se deveu ao fato de que “os muçulmanos árabes os cercaram de segurança e protegeram os direitos deles com alianças e pactos” (p. 242).
A Igreja floresceu, as dioceses ficaram maiores e os bispados pertencentes ao patriarcado sírio-antioquense cresceram, incluindo as sedes do Vicariato Patriarcal do Oriente que incluía mais de 160 sedes. O patriarca Dionísio de Tell-Mahre consagrou 99 bispos, os mosteiros eram prósperos e se contavam às centenas, cheios de milhares de monges. Grandes igrejas foram construídas em todas as partes do império. (Saka, p. 242)
Um líder da igreja na época da conquista islâmica da Síria e da Mesopotâmia, ao comparar os novos senhores com os do Império Bizantino, disse que os muçulmanos não se opuseram ao cristianismo, mas “elogiaram nossa fé, honraram os sacerdotes e santos de nosso Senhor e deram ajuda às igrejas e mosteiros” (Griffith, 2008, p. 27).
Tudo isso não significa que não ocorreram problemas entre cristãos e muçulmanos à época da conquista. Contudo, qualquer crítica que for feita terá de levar em conta o fato de que, pelo menos no primeiro século do surgimento do islã, as relações entre cristãos e muçulmanos eram menos conturbadas do que tendemos a acreditar, apesar de que nos dias de hoje não podemos negar a grande hostilidade de certos grupos muçulmanos em relação aos cristãos.
3. A contribuição dos cristãos ortodoxos para a ‘renascença’ islâmica
Os árabes muçulmanos têm muito orgulho da contribuição que deram à disseminação do conhecimento por toda a Ásia, Oriente Médio, norte da África e Europa durante os “anos de ouro” da civilização islâmica, e é justo que assim se sintam.
À medida que o Império Árabe se espalhou para as diferentes regiões do mundo conhecido, muita atividade intelectual e pesquisa científica aconteceram. Na Espanha árabe-muçulmana, por exemplo, quando o restante da Europa passava pela assim chamada “era das trevas”, cidades como Sevilha, Córdoba e Granada, sob a proteção dos califas árabes, tornaram-se importantes centros de progresso cultural e científico. Áreas de conhecimento como filosofia, medicina, matemática e astronomia se desenvolveram a ponto de se tornarem a principal fonte de conhecimento para os europeus por séculos (Hamada, 1990, p. 118).
Não é sem razão que o presidente norte-americano Barack Obama, ao visitar o Cairo anos atrás, disse que os árabes carregaram a tocha do conhecimento, pavimentando o caminho para o Renascimento e o Iluminismo europeus “por sua capacidade de inovar nos campos da álgebra, nos instrumentos de navegação, na tipografia, na medicina, na arquitetura…” (Magnoli, 2009)5.
Contudo, existe um detalhe importante que normalmente não é mencionado: o Renascimento árabe-islâmico, que contribuiu indiretamente para o Renascimento europeu, teve o importante envolvimento de acadêmicos cristãos ortodoxos do Egito, da Síria e da Mesopotâmia. “Nos primeiros séculos”, diz Jenkins,
Esse desenvolvimento cultural era normalmente cristão e judaico, em vez de muçulmano. Foram os cristãos — nestorianos, jacobitas, ortodoxos e outros — que preservaram e traduziram a herança cultural do mundo antigo… Grande parte daquilo que chamamos de academicismo árabe foi, na verdade, siríaco, persa e copta, e não necessariamente muçulmano… Acadêmicos cristãos de fala siríaca trouxeram as obras de Aristóteles ao mundo muçulmano… (Jenkins, 2008, p. 18)
Assim como aconteceu na Síria, depois de os árabes terem conquistado a Pérsia em 637, os líderes muçulmanos permitiram que a Igreja Ortodoxa do Oriente continuasse como uma comunidade religiosa distinta, sob a proteção dos califas. Assim, além de Antioquia e Edessa, que eram importantes centros cristãos para a disseminação do conhecimento na Síria, o cristianismo também havia criado raízes fortes em cidades como Nísibis, Jundishapur, Basra, Mosul e Kirkuk, no Iraque, que influenciaram grandemente a formação social e cultural da cultura islâmica. Até mesmo Tikrit, “cidade natal de Saddam Hussein — era um centro cristão vibrante vários séculos após a chegada do islã” (Jenkins, p. 6).
Durante vários séculos antes da chegada do islã, os cristãos ortodoxos na Síria e na Pérsia haviam cultivado conhecimento por meio de escolas e mosteiros. Assim, quando chegaram, os árabes muçulmanos encontraram um sistema de educação que já estava em funcionamento, assim como secretários, médicos e tradutores cristãos que foram usados para servir ao estado (Khalil Samir, 2005, p. 500).
Dessa forma, com o passar do tempo, quando a “Casa da Sabedoria” foi fundada em 830 em Bagdá por líderes muçulmanos, um médico cristão siríaco oriental tornou-se o principal tradutor (Khalil Samir, p. 505).
Ainda no século VI e continuando até o início da dinastia abássida, a maior parte das obras de Aristóteles e de seus intérpretes foram traduzidas para o siríaco… Quando o grande movimento de tradução para o árabe foi lançado, no início do século IX, os cristãos siríacos traduziram essas obras para o árabe… (Khalil Samir, p. 512)
Não foi sem razão que o reconhecido filósofo árabe muçulmano al-Kindi (m. 874), ao falar da contribuição dos acadêmicos cristãos, disse que “se eles não tivessem existido, nunca teríamos sido capazes, ainda que dedicássemos todo nosso tempo à pesquisa rigorosa, de chegar a esses princípios genuínos primários, em virtude dos quais pudemos deduzir as derradeiras conclusões de nossos mais abstrusos pesquisadores” (Khalil Samir, p. 503).
Portanto, os cristãos ortodoxos fizeram uma notável contribuição para o desenvolvimento do Renascimento Islâmico, ainda que os muçulmanos e os acadêmicos seculares não reconheçam isso prontamente.


Publicado originalmente em Ultimato
NOTAS
1. Encyclopædia Britannica Online, s. v. “Ghassan”, acessado em 15 de outubro de 2014, <https://www.britannica.com/EBchecked/topic/232483/Ghassan>.
2. De acordo com Yusuf Ali, eles foram perseguidos por Zu-Nuwas, um judeu por religião, que era o rei do Iêmen. (ALI, Abdullah Yusuf. The Holy Qur’an – Translation and Commentary. Durban: Islamic Propagation Centre International, 1946, p. 1714.)
3. Encyclopædia Britannica Online, s. v. “Lakhmid Dynasty”, acessado em 14 de outubro de 2014,
<https://www.britannica.com/EBchecked/topic/328265/Lakhmid-Dynasty>.
4. Encyclopædia Britannica Online, s. v. “al-Hirah”, acessado em 27 de setembro de 2014, <https://www.britannica.com/EBchecked/topic/266750/al-Hira>.
5. Demetrio Magnoli, “Barack Contra a Jihad”, O Estado de São Paulo, 11 de julho de 2009.
BIBLIOGRAFIA
Griffith, S. H. (2008). The Church in the shadow of the Mosque – Christians and Muslims in the World of Islam. Princeton: Princeton University Press.
Hamada, L. B. (1990). Understanding the Arab World. Nashville, Tennessee: Thomas Nelson.
Hazim, P. I. I. (2005). Christianity in the Umayyad Era (661-750). In H. Badr (Ed.), Christianity – A history in the Middle East. Beirut: Middle East Council of Churches.
Jenkins, P. (2008). The lost history of Christianity : the thousand-year golden age of the Church in the Middle East, Africa and Asia – and how it died (1st ed.). New York ; Oxford: Lion.
Khalil Samir, S. (2005). The role of Christians in the Abbasid Renaissance in Iraq and in Syria (750 – 1050). In H. Badr (Ed.), Christianity: a history in the Middle East (pp. 495-529). Lebanon: Middle East Council of Churches.
Magnoli, D. (2009, July 11). Barack contra a jihad. O Estado de São Paulo, p. A2.
Power, B. (2013). Engaging Islamic traditions – Using the Hadith in Christian ministry to Muslims.
Saka, S. I. (2005). The West Syriacs. In H. Badr (Ed.), Christianity: a history in the Middle East (pp. 235-253). Beirut: Middle East Council of Churches.
Shahid, I. (2005). Arab Christianity before the rise of Islam. In H. Badr (Ed.), Christianity: a history in the Middle East (pp. 435-451). Beirut: Middle East Council of Churches.