Há quem diga que o pastorado está em crise. Ou seriam os pastores que estão? Mas de quais pastores estamos falando? Dos que estão na política, dos que constroem impérios, dos grandes conferencistas, ou dos milhares anônimos espalhados pelo Brasil afora? É quase impossível fazer um recorte neste público tão grande e diverso. Mas queremos falar sobre aqueles que foram chamados para a santa vocação de apascentar o rebanho do Senhor, que compreendem seu lugar no mundo e no Corpo de Cristo e que se esmeram para cumprir a tarefa que lhes foi confiada.

Quando falamos sobre pastores, corremos o risco de fazer deles um alvo fácil de todo tipo de críticas ou, idealizá-los como “heróis da fé”. Entre essas duas faces, existe o caminho de olhar para o pastor com uma boa dose de honestidade e vê-lo como um ser humano comum. Uma pessoa que não se torna especial e que tão pouco deixa de lidar com problemas, dificuldades, tentações, pecados e fraquezas, por causa de sua vocação pastoral.

Quando dispensamos aos pastores esse olhar humanizado e tiramos dos seus ombros uma carga que nem ele e nem ninguém precisam carregar, passamos a enxergar alguém que, em muitos momentos, lida com a solidão, com o desânimo e muitos outros problemas. Ao mesmo tempo, reconhecemos a peculiaridade e os desafios do ministério pastoral. Cobrança excessiva, constante comparação, sentimento de inadequação, esgotamento emocional, baixos salários, ausência de férias, sobrecarga de atividades, etc. Uma infinidade de situações com as quais pastores precisam lidar cotidianamente.

Dito tudo isso, uma afirmação com a qual todos haverão de concordar é que ser pastor não é uma tarefa fácil. Deepak Reju, pastor auxiliar na Capitol Hill Baptist Church em Washington, DC, comenta: “O trabalho de cuidar do povo de Deus não é fácil, mas um fardo que se deve carregar como pastor. O pastoreio é um trabalho duro! Não é fácil, nem é para covardes. Não é para os medrosos! O pastoreio é para aqueles que querem viver como Cristo e viver corajosamente em nome do Evangelho”[i].

Deepak Reju reconhece as dificuldades e anima aqueles que decidiram seguir o ministério pastoral. Ele escreve: “Alguns de vocês estão exaustos. Você está lutando ou até deprimido. Alguns de vocês estão tristes, confusos, desencorajados. Não se entregue. Jesus sabe. Isso é admirável, pois Cristo não é só o Salvador deles, é o seu também. Cristo não veio resgatar apenas eles, Ele veio resgatar você também. Ele está aqui para amar você, e ajudar-lhe dando a força para perseverar. Além de ser um pastor, você também é uma ovelha. E você também precisa da graça de Deus! Como perseverar? Mantenha seus olhos na eternidade. Mantenha seus olhos na glória que será sua quando estiver diante do Salvador e não haverá mais pecado nem sofrimento, e tudo que você fará será adorá-lo por toda eternidade. O pastorado é um trabalho árduo. Mas ele traz alegria, e é um trabalho que Deus confiou a você. Irmãos, perseveremos!”

Afinal, diante de tantos desafios, vale a pena ser pastor? Nada melhor que ouvir os pastores, por isso colocamos à disposição um canal para receber os comentários daqueles que desejarem compartilhar conosco suas percepções acerca dos desafios do pastorado e do que lhe motiva a prosseguir. Quais os maiores desafios dos pastores e quais as alegrias que só pastores têm o privilégio de experimentar? Queremos ouvir  você e, quem sabe, abordar esses temas em próximos artigos. Escreva para: [email protected]


Por Phelipe Reis | Jornalista e colaborador de conteúdo para o site Sepal.

[i] O pastor como pastor