Gratidão, esperança e saudade. Essas foram algumas das palavras ditas no encerramento da live em comemoração aos 58 anos da Sepal. Gratidão pela história da missão, esperança pelo o que virá e saudade do abraço e da comunhão em equipe – um valor tão caro e marcante para a família Sepal, mas impossibilitado pelas restrições necessárias da pandemia. Foi um momento de partilhar, lembrar histórias e nomes dos pioneiros, de dizer boas-vindas a quem chega e um até logo para aqueles que se despedem em direção a novos ciclos em suas jornadas.

A missionária Juliana Lucareviski conduziu a programação, que durou cerca de duas horas e contou com a participação de sessenta pessoas, entre missionários, conselho de governança, diretoria e convidados. Lucareviski comentou que a ocasião foi um momento para respirar, rever o passado, agradecer a Deus por tudo o que a Sepal representa para a igreja brasileira e sonhar com o futuro. A missionária enfatizou uma frase de James Houston: “Cada geração aprende coisas novas à luz do que foi deixada pelas gerações passadas.”

Comentando a história da missão, Lucareviski lembrou a chegada dos norte-americanos que vieram fundar o trabalho, há 58 anos, e pontou o alcance da Sepal, que hoje conta com 55 missionários nacionais e 42 missionários transculturais, servindo em outros países. São seis equipes no Brasil e seis equipes transculturais, todos trabalhando debaixo da visão de servir e capacitar pastores e líderes, para que estes conduzam igrejas saudáveis.

O pastor e cantor, Gerson Borges, conduziu o momento de louvor. Tocando e cantando a música “É Teu Povo”, Gerson destacou o ambiente comunitário e fraterno que a Sepal promove para a igreja brasileira. “Isso faz com que nossa jornada seja mais fácil e mais leve, porque podemos compartilhar com os irmãos”, comentou o pastor.

Pandemia: choque de realidade para a igreja brasileira

A reflexão bíblica foi ministrada pelo pastor Ricardo Agreste. Ele lembrou a influência da Sepal em sua vida e ministério, quando esteve envolvido em Vencedores por Cristo e no Sete, ministérios que eram vinculados à Sepal. Baseado no Salmo 126, Agreste afirmou: “Este é um texto melhor compreendido hoje por nós, do que foi em tempos passados. Nós nunca havíamos passado por um sofrimento comum e comunitário, como este que vivemos nos últimos meses. É nossa primeira experiência de privação como brasileiros.”

O pastor mencionou o luto constante que muitos têm experimentado na pandemia e fez uma crítica aos que agem com indiferença: “Essa pandemia tem nos dado um choque de realidade. Muitas vezes, pessoas vivem um cristianismo que não tem lugar para o clamor, uma caminhada que não tem lugar para tristezas. Em muitas igrejas é ensinado um evangelho que só tem vitória, triunfo, júbilo. Isso não é a realidade. Adversidades e crises fazem parte da história de nossas vidas, de nossos ministérios.”

“Não existe ministério sem lágrima, sem dor, sem adversidade. O segredo não é saber lidar com os momentos de dor ou adversidade, o segredo é saber perseverar nestes momentos. A promessa é que aqueles que saem semeando e chorando, voltarão com seus feixes cantando com alegria. A grande questão é se isso vai acontecer na história ou quando nossos olhos se fecharem para esta história e se abrirem para a eternidade.”

No decorrer da programação houve diversas participações: Arlete Castro dirigiu um momento de oração, o casal Bill e Loren Keyes comentou o início da Sepal no Brasil, Paulo Moreira contou um pouco de sua caminhada ministerial na família Sepal, e outros missionários e suas famílias participaram com leituras bíblicas e orações.

Douglas e Bárbara Lamp se despedem da Sepal

Um dos momentos marcantes da celebração foi a despedida de Douglas e Bárbara Lamp. O casal trabalha na América Latina desde 1980, quando vieram para Bolívia, ele como agrônomo e ela como professora. Em 1994 se mudaram para Cuiabá, Mato Grosso do Sul, onde trabalharam com plantação de igrejas e discipulado. Em 2004 passaram a integrar a família Sepal, dedicando-se a servir pastores e líderes na região nordeste. Nestes 17 anos de ministério junto a Sepal, Bárbara tem se dedicado à formação de uma equipe nacional de mulheres em ministério, com frutos em outros países, e Douglas tem atuado no encorajamento e mentoreamento de pastores, líderes e igrejas no nordeste. Em 2021, o casal planeja retornar para o Estados Unidos. “Não vamos pendurar as chuteiras, vamos iniciar um novo capítulo”, comentou Douglas. Os amigos expressaram palavras de gratidão, homenagens e boas lembranças do ministério do casal Lamp.

Emocionado, o diretor executivo da Sepal, Marcos Prudencio, leu 2 Coríntios 13.11, e comentou: “Deus caminha conosco enquanto crescemos em maturidade. Para mim, Sepal representa maturidade no Brasil. Existe um coração de aprendiz na vida de gente que poderia se achar muito importante.” Prudêncio desafiou os novos missionários a se inspirarem nos mais experientes, que, segundo ele, são referenciais de humildade e maturidade. Jairton Melo encerrou com uma oração, destacando o trabalho feito por todos, seja de forma visível ou no anonimato, enfatizando: “Tudo é conhecido do Senhor”.


Por Phelipe Reis | Jornalista e colaborador de conteúdo para o site Sepal.