Business as mission negócios e missões. Neste boletim, a família Ribeiro que atua no Norte da África/Espanha compartilha como o empreendedorismo deu-lhes a oportunidade de fazer missões em um país perseguido e ainda potencializar sua influência entre os muçulmanos da região.

Foi durante os anos servindo no Norte da África, que a família Ribeiro teve a experiência de empreender e criar um novo negócio nesta região. Aconteceu quando já tinham ultrapassado vários desafios, como a adaptação cultural, a aprendizagem dos idiomas e todas as demais providências para se estabelecerem como família na região.No primeiro ano, precisavam sair do país a cada três meses para ‘renovar’ o visto, mas a tensão que viviam era tão grande, já que não havia permissão legal para entrarem novamente no pais. Infelizmente nestas situações, alguns obreiros não conseguem retornar e dar continuidade ao ministério.

Após algum tempo, nossos missionários conseguiram outra forma de visto no país e estavam muito agradecidos a Deus pela oportunidade, mas o grande avanço foi quando conseguiram os vistos de empreendedores, especialmente para as diversas relações na sociedade e é sobre esta realidade que iremos nos aprofundar. Ao pensar em exercer a vocação missionária em um país onde a pregação do evangelho é proibida, deve-se ter em mente a importância de responder algumas perguntas básicas à sociedade do país.

Por que sair da própria nação para viver com a família em um país de cultura tão diferente”?

“Por que sair de um país onde há avanços e liberdade para viver em outro repleto de restrições?

 Neste contexto, respostas que enfocam o chamado, ou a direção de Deus não são adequadas. As pessoas querem saber qual é a motivação para que um estrangeiro saia do seu país e como planeja sustentar sua família.

Esta será a base para estabelecer boas relações e encontrar oportunidades para compartilhar as Boas Novas.

Através da iniciativa empresarial é preciso ser sal e luz de forma natural

Viver a integralidade do evangelho é sempre a melhor forma de compartilhar as boas novas, isso é importante em qualquer contexto. E. Ribeiro diz:

“Nossas vidas estão sendo observadas constantemente. Me lembro certa vez de um muçulmano, de quem com frequência realizava compras de materiais, me perguntar Que tipo de cristão é você?” Fiquei ainda mais surpreso com a afirmação que ele fez em seguida: Eu lhe observo constantemente… vejo a maneira como você se relaciona com as pessoas aqui, quando realiza suas compras e de que forma trata sua esposa e filhas… vejo até a maneira como utiliza seu dinheiro!” Essa situação nos deu a oportunidade de compartilhar com ele por diversas ocasiões, a nossa prática de fé e o Deus a quem buscamos”.

Esta e tantas outras experiências entre os muçulmanos, demonstram o potencial que empreender oferece para iniciar conversas a respeito de Cristo em um país de maioria islâmica.

Que tipo de negócio é adequado para o Norte da África?

Importante lembrar que há muito mais do que areia e camelo no Norte da África! Se a primeira imagem que você tem é o tradicional mercado na ‘medina kadíma’ (cidade antiga) cheia de cores e repleta de pessoas, queremos logo afirmar que é bem mais do que isso. Há grandes e modernos centros comerciais, com marcas de produtos mundialmente famosos.

Maroc Mall é um expressivo shopping center inaugurado em 2011 na cidade de Casablanca, Marrocos | Foto: Wikidata | Divulgação

Este é um mercado aberto e competitivo e muitos produtos exportados desde o Norte da África estão no mercado brasileiro, como o azeite, alguns cosméticos, produtos essenciais para a agricultura, jeans e até sardinha são alguns bons exemplos. Ao comparar os números que são oferecidos pelas embaixadas brasileiras no Norte da África, vemos que compramos muito desta região. Em contrapartida o mercado brasileiro vende pouco para o Norte da África.

Foto: Pixabay

Entre 2019/2020, a Tunísia ocupou o primeiro lugar na produção de azeite de oliva fora da União Europeia.

Os dados do mercado são essenciais para conhecer oportunidades e estabelecer um negócio que seja lucrativo visando esta perspectiva:

  • Criar empregos de qualidade para os jovens e estimular o comércio local;
  • Conectar empresas líderes com pequenas e médias;
  • Incentivar a participação feminina no trabalho;
  • Pensar no sistema educativo para as necessidades do mercado de trabalho.

Foto: StockPhotos

Há uma grande demanda no Norte da África pela queratina brasileira.

Um caminho para seguirmos aprendendo

Levou bastante tempo para a família ultrapassar desafios e estabelecer uma iniciativa empresarial no Norte da África. Muitos foram os momentos de incertezas com erros e acertos, mas  jamais faltou a graça de Deus. Assim, tem sido possível colher os frutos de muito trabalho e investimento.

“No Norte da África a pregação do evangelho não é permitida, por isso, pensamos em portas fechadas. Entretanto, é importante lembrarmos que há muitas portas abertas! Uma delas é o empreendedorismo, compartilha E. Ribeiro.

Ao considerar iniciativas de negócios no movimento missionário brasileiro no Norte da África, é oportuno ter uma mesa para seguir, aprendendo uns com os outros. Se você também tem esta disposição, por favor, entre em contato. Isto permitirá aos nossos missionários que atuam na região, pensar e municiar igrejas enviadoras e bases de treinamento com informações atualizadas. Além disso, também lhes dará a oportunidade de ajudar você a não repetir erros, o que também é muito importante. “Louvamos ao Senhor por organizações como Open Brasil e outras que estão enfocando B4T (Business For Transformation) com disposição para caminharmos juntos nesta região”, dizem nossos irmãos.

Autor: E. Ribeiro é casado e junto com sua família servem desde o ano 2002 no Norte da África. Missionário transcultural através da Missão Sepal www.sepal.org.br é fundador do projeto ‘Eu Oro pelo Norte da África’ – www.euoropna.com, também é Bacharel em Teologia, Pós-graduado em Aconselhamento Cristão Contemporâneo e Radialismo.