A liderança como a conhecíamos acabou.
O fim da liderança foi decretado com bases empíricas. Não cabe aqui juízo de valores, trata-se de uma constatação. Significa que o modelo de liderança “antigo” não tem mais lugar no ambiente sociocultural contemporâneo. Alguns insistem em mantê-lo, mas logo evidenciam que não se trata de uma opção, não é questão de escolha, é que simplesmente não funciona mais.
O líder que acha que sabe ou finge entender de tudo perdeu seu lugar
Você provavelmente já ouviu acerca dos dados que vou mencionar, sem dúvidas são realmente interessantes: Comenta-se que uma edição de um jornal como o New York Times contém mais informações do que uma pessoa comum poderia obter durante toda a vida na Inglaterra no século XVII. Atualmente, o conhecimento no mundo dobra a cada 73 dias. Apesar da falsa sensação proporcionada pelo Google, com sua capacidade de produzir falsos especialistas, não é possível que alguém saiba de tudo e possa dissertar sobre todos os assuntos. O líder que se posiciona como o dono da verdade já não tem lugar de prestígio no mundo pós-moderno. Hoje, valoriza-se a interação, a troca de experiências, a abertura para aprender e construir conhecimento em parceria. Quase sempre haverá um liderado que sabe mais do que você sobre um determinado assunto. Compreender e admitir isso é humildade.
Não há mais lugar para o líder controlador
A única maneira de liderar com êxito no século XXI é pela influência. Veja, não estou dizendo “a melhor maneira de liderar”, mas “a única maneira”. Você pode ser “chefe” pelo poder da caneta, mas não consegue exercer liderança significativa pela imposição do medo. Liderar pela influência demanda integridade. Se o novo líder for admirado por algo, será por essa característica.
Já não tem eficácia o líder que não ouve
Aquele que espera ser ouvido em silêncio, sem jamais ser interrompido ou questionado, precisa entender que essa postura não é bem vista. E quando chega a hora de falar? Deve fazê-lo com gentileza. Não há mais espaço para o líder que não é gentil.
Não há lugar para o líder que não se comunica
No mesmo sentido, tampouco há lugar para o líder que não se comunica — e comunicar não é falar, mas garantir que a mensagem foi compreendida pelo receptor com o mesmo sentido pretendido pelo emissor. Isso dá trabalho, exige um respeito profundo pelo liderado. A verdade é que não funciona mais o estilo de liderança em que o líder não esteja plenamente consciente de que importa mais o liderado do que ele mesmo. Isso é altruísmo.
Perdeu seu lugar o líder que não se coloca no lugar do seu liderado
Perdeu seu lugar o líder que não se identifica, que não se coloca no lugar do seu liderado. É preciso entender que as pessoas são o que são, e nosso papel como líderes é servi-lhes, na medida em que servem no trilho de suas vocações. Esta foi justamente a frase que elegemos como mote para nossa equipe de diretoria na Sepal: “existimos para servir aos nossos missionários na medida em que eles servem a Deus no trilho de suas vocações”. Isso é identificação e serviço.
Liderança frustrante
Caminha para a frustração o líder que não enxerga seus liderados como indivíduos, que não entende que sua equipe é formada por seres humanos únicos e especiais. Valorizar cada pessoa em sua singularidade é fundamental. Isso é pessoalidade.
Humildade, integridade, gentileza, altruísmo, identificação e pessoalidade são apenas seis elementos de uma lista de qualidades da liderança que, na verdade, não têm nada de novas. Ao longo dos anos, Deus tem me dado o privilégio de servir como líder em diferentes organizações. Olho ao meu redor e minha mais nova descoberta é que o fim da liderança é provavelmente uma das melhores coisas que poderiam ter nos acontecido como sociedade ocidental.
Em tempo, liderar hoje é sinônimo de ser bom formador de equipes. “Lá vão eles. Devo segui-los. Sou seu líder”. (Benjamin Disraeli)