“Decidi escrever este artigo como se estivesse me olhando no espelho…” assim escrevo para o meu coração, pois sei que ao fazer isso estarei me identificando com muitos jovens pastores que estão decididos a entregar toda a sua vida a serviço da igreja de Cristo.
A primeira realidade que diria a mim mesmo, é que devo amar esta igreja, viver dela, por ela e para ela. Quando digo que devo ama-la, estou me referindo aos meus feitos em relação a ela, porque amor não é uma simples declaração, mas, é aquilo que se faz em nome do amor. Não é apenas uma bela frase, mas, é algo que o amor tem a capacidade de fazer. Dá para pastorear sem amor, dá para se envolver em inúmeros projetos sem amor, o sentimento pode ser simplesmente a grana que chega todo dia 30, pode ser o poder, a glória e o reconhecimento que podem haver por trás de cada projeto e suas realizações. Porém, devo viver com mesmo coração de Cristo Jesus, que amou e se entregou por sua Igreja. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” Fl 2:7.
Segundo, devo ficar inquieto quando analiso o nosso tamanho versus o nosso impacto. Temos um silêncio imobilizante que reduz a Igreja a uma comunidade de gueto, que vive no anonimato. É lógico que ao fazer esta afirmação não estou me baseando ao fato de estarmos dentro de todos os canais de comunição durante o dia todo, me refiro a nossa evangelização e o impacto que a nossa ação deveria, proporcionalmente, produzir na sociedade como um todo.
Por fim, devo jamais afastar do meu dia a prática da leitura bíblica e da oração, não como uma prática de desencargo de consciência, mas, de profunda devoção a Deus e a sua palavra. Alguém me disse que ao conversar com muitos pastores depois da sua queda, percebeu que o início da queda começou com a ausência da oração e leitura bíblica e o afastamento da sua família.
Pensando nisso, que tipo de compromisso devo, como um jovem pastor, assumir com relação ao meu futuro? Que Cristo seja Senhor da minha vida e ministério; ter a palavra de Deus como fundamento do meu ministério, como absoluto regulador da minha vida, estar decidido a pregar unicamente esta palavra. Evitar estar envolvido com questões que me afastem da tarefa evangelizadora, sendo sal da terra, permitindo que as pessoas ao passarem pela minha vida tenham a chance de ouvir o evangelho. “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo: tanto nos que são salvos, como nos que se perdem. Para com estes cheiro de morte para morte; para com aqueles aroma de vida para vida. (2 Co 2: 15-16). Viver a beleza da expressão do reino em minhas relações, cooperar uns com os outros, buscando a unidade do corpo de Cristo, me unir no essencial, a fim de que sejamos um para que assim o mundo creia em Jesus pelo testemunho da nossa fé.
Pronto. Agora já posso sair de frente do espelho. Algumas coisas que disse ainda são realidades parciais em meu coração, mas, creio que na caminhada se tornarão cada vez mais vivas e fortes dentro de mim.